Conheça o Dr. Marcos André, MSc
A tendinite calcária é uma causa comum de dor no ombro tanto no atleta como no sedentário, parecendo ser mais frequente em indivíduos com atividades leves. Acomete mais frequentemente o sexo feminino entre os 30 e 50 anos, no lado não dominante. A bilateralidade varia de 25-50%. O tendão do manguito rotador mais acometido é o supraespinal, sendo que de forma isolada pode chegar a 70% dos casos. Quando associado ao infraespinal, somam 90% dos casos.
Sua origem é ainda não compreendida, sendo ela desconhecida. Sabe-se que existe um fenômeno metaplásico (substituição do tecido normal por outro anormal naquela localização) fibrocartilaginoso que deposita hidroxiapatita no interior das fibras tendíneas. Nas teorias mais aceitas, cita-se a hipóxia tissular, a hialinização das fibras tendíneas, o ph do tecido e um antígeno de histocompatibilidade específico estariam envolvidos nesta enfermidade.
Esse fenômeno é cíclico, passando por algumas fases bem descritas por Uhthoff e Sarkar (Fig 1), conforme demonstrado pelo fluxograma.
A dor pode ocorrer por 2 mecanismos:
Químico: ocorre principalmente na fase de reabsorção;
Mecânico: por impacto do acrômio no aparelho burso-tendíneo do ombro com aumento da área devido à presença da calcificação.
Os exames de Raios X, ultrassonografia e ressonância magnética são suficientes para fazer o diagnóstico, sendo que o radiográfico tem valor de seguimento.
O tratamento é, na maioria dos casos, conservador com anti-inflamatórios não-hormonais, infiltrações (nunca mais que 3 de acordo com os padrões atuais adotados) e reabilitação com fisioterapia.
Quando existe um aumento no tamanho do depósito de cálcio maior que 1,5 cm, crises constantes de dor e piora funcional progressiva orientamos o tratamento cirúrgico por artroscopia (Fig 3, 4 e Vídeo).
Video – Drenagem videoartroscópica de tendinite calcária do tendão supra-espinal
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